Prefeitura de BH :(Obras sem planejamento, e povo insatisfeito.)
Antes mesmo de inaugurada, estação do BRT na Av. Cristiano Machado é demolida
NO CHÃO – Escavadeira derruba estação do BRT na avenida Cristiano Machado
Uma assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, afirmou, no início da noite, que não estava mais trabalhando. Alterada, alegou que a demanda já havia sido encaminhada à gerência responsável, mas que na última quinta-feira (8) seria “impossível” um retorno.
A empresa Constran, que forma o consórcio ganhador da licitação para a construção das estações, informou que não iria se posicionar sobre o assunto. Apenas na Cristiano Machado, serão instalados 12 equipamentos.
Não é a primeira vez que a falta de planejamento acaba por atrasar o BRT na avenida. Em fevereiro, um relatório do consórcio Constran-Convap apontou como entraves no empreendimento a falta de estudo prévio, o desconhecimento da rede subterrânea da Copasa e a remoção tardia de postes da Cemig. Por causa dos problemas, a obra sofreu acréscimo de R$ 8 milhões.
Hipótese
A especialista em direito administrativo Paula Figueiredo, advogada associada da Grebler Advogados, disse que, no caso específico da estação de transferência, pode ser que a prefeitura tenha fiscalizado, notado o erro e mandado destruir e fazer de novo.
“Quem vai, portanto, incorrer nesses custos, com certeza, é a empreiteira, mas quando se fala em obra pública, há um limite de razoabilidade. Uma ponte não pode ser construída inteira errada e depois ser refeita”, afirma Fernanda. Para ela, esse tipo de problema acontece quando a fiscalização do poder público não ocorre de forma eficiente.
O BRT é propagandeado pela Prefeitura de Belo Horizonte como uma das soluções para o transporte coletivo na capital, visando a Copa do Mundo, no ano que vem.
Fonte da matéria acima http://www.hojeemdia.com.br
fonte da matéria abaixo http://www.minaslivre.com.br
Cerca de 60 pessoas percorreram as ruas comunidade e fecharam a avenida Antonio Carlos, cobrando fim das obras do Vila Viva
“A gente quer moradia”, resume a dona de casa Soraia dos Santos, enquanto anda pelas ruas e becos da Pedreira de Baixo, na Pedreira Prado Lopes (PPL), na região Noroeste de Belo Horizonte. Junto a ela, outras 60 pessoas caminham nas ruas da comunidade com cartazes de dizeres como: “Queremos mais respeito. Estamos há seis anos vivendo na sujeira”, “Favela morta não! Conclua Vila Viva”, “Srs. governadores, não somos tatu pra viver no meio do barro”, “Prefeito, queremos a reforma da Umei”, “Nós moradores queremos a Inez de volta no Cras”, “PPL com descaso total”, “A comunidade está cheia de ratos”.
As faixas têm endereço certo: cobram da prefeitura, do governo do Estado e federal, dos responsáveis pela política pública que prometeu urbanizar e melhorar a vida nas favelas de Belo Horizonte e deixou os moradores a conviver com entulhos e com a expectativa de serem contemplados em uma das 408 unidades habitacionais previstas para serem construídas na PPL pelo programa Vila Viva.
Soraia explica que o programa começou há mais de seis anos na comunidade, mas “parou no meio do caminho”. “Vocês podem ver aí: entulho, lixo, a Umei que fechou”, aponta. A Unidade Municipal de Ensino Infantil Pedreira Prado Lopes está fechada para reformas há mais de um ano. Enquanto isso, moradores denunciam que as crianças mais novas são obrigadas a se espremerem junto às outras, mais velhas, sem estrutura adequada. “Já teve até menino que caiu do segundo andar”, denuncia Soraia.
Os entulhos que se veem em vários pontos da comunidade são as marcas das mais de 700 casas que foram derrubadas pelo programa Vila Viva, sem que o problema do déficit de moradia tenha sido resolvido. “Estamos cobrando porque eles falaram que iam dar oportunidade para o pessoal que morava aqui em condições precárias, que moravam de favor ou de aluguel, e até hoje não tiveram resposta”, explica Soraia.
Dona Maria Martins Franca e Noêmia das Graças de Oliveira, as duas donas de casa já idosas, eram vizinhas de “parede meia” em um terreno embaixo da caixa d'água. Elas não se lembram bem, mas estimam há mais de 20 anos foram transferidas para o conjunto habitacional Araribá. Elas, e os outros moradores, esperavam ser alojados em moradias melhores, conforme acordado, mas vivenciam o contrário.
Relatam que a vida nos prédios piorou muito, com o aumento da população, feito de forma desordenada, tirando a tranquilidade dos moradores mais antigos. “Um tempo atrás teve uma bagunça, depois apaziguou. Quando é agora, parece que começou tudo de novo e está uma coisa horrorosa. Eles falam que está perturbado em todo lugar, mas aqui parece que está mais pior”, conta Dona Maria, que é voluntária da capela local.
Dona Noêmia completa: “Lá a gente não tem sossego pra dormir. Tem vazamento na parede da cozinha. Meu menino tem problema de cabeça e não pode morar aqui”. Elas se somaram à manifestação na manhã dessa terça-feira (7) porque têm esperança de que saia outra casa para elas. Dona Ondina Ferreira dos Santos, que também mora no Araribá, é outra que espera moradia mais decente. “Nunca gostei de apartamento não, sempre dá problema, confusão, mas, infelizmente não temos o suficiente pra comprar uma casinha, então tem que ficar nessa aí”, conclui.
Vila Viva, vila morta
“A Pedreira é um dos lugares mais bonitos que tem na nossa cidade. É uma cidade dentro da cidade. E quem construiu Belo Horizonte fomos nós: o seu avô, seu bisavô, e hoje querem varrer a gente pra Ribeirão das Neves, com a própria pedra que foi tirada daqui pra construir Belo Horizonte”, diz ao microfone a professora Valéria Borges Ferreira, que nasceu na Pedreira, a mais antiga vila da capital.
Valéria afirma que os moradores querem ficar na comunidade, mas em condições dignas de moradia, educação, saúde e lazer. Denuncia que o centro cultural foi fechado há mais de seis anos. Enquanto isso, moradores de outras regiões da cidade se encaminham para a favela, construindo pontos de consumo e venda de crack. Os entulhos deixados pelo programa Vila Viva contribuem para isso, avalia Valéria, que acrescenta que outros moradores indesejados foram morar no local: ratos e escorpiões. “Estamos lutando contra o Vila Viva, que chegou para matar nossa vila. Todo lugar que a gente vai na comunidade tem buraco, tem usuário de droga, tem lixo”, protesta.
“Acho que a intenção deles é varrer os favelados pra bem longe da cidade. A Pedreira, a Serra, o Santa Lúcia são lugares onde a especulação imobiliária é muito grande. Então acho que a intenção do prefeito é exatamente essa: deixar a comunidade muito brava, já tem gente desistindo da morar aqui por causa dessas safadezas do governo”, avalia Valéria.
Veja matérias sobre o Vila Viva na Serra aqui.
Outra reivindicação da comunidade é pela recondução da assistente social Ignez Nassif, ex-coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Pedreira. Segundo moradores, Ignez, que era muito querida na região e chegou a ser reconhecida como liderança mais conhecida no bairro, em 2012, e foi exonerada sem explicação pela prefeitura. “Do nada, o secretário, por uma questão política, exonera a Ignez e os diretores do Cras. E a gente gosta dela, quer ela aqui, porque ela fazia um trabalho importante pra nós”, conta Valéria.
Protesto na Antônio Carlos
Após percorrer as ruas da comunidade, os manifestantes se dirigiram à avenida Antônio Carlos, que liga o Centro da cidade ao estádio Mineirão, onde fizeram outro protesto, parando as vias da avenida por cerca de meia hora. “Queremos ser atendidos pelo prefeito, por alguém lá dentro da prefeitura que dê respostas de verdade”, explica Valéria. No ano passado, depois de outro protesto na avenida, os moradores foram recebidos pela prefeitura, mas, segundo Valéria, as promessas não foram cumpridas. (Veja mais sobre o protesto do ano passado aqui).
“Fechamos o ato com muita animação. Vamos tentar uma reunião com o presidente da Urbel, vamos mandar um ofício e pedir uma reunião”, relata Vinícius Moreno, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), uma das organizações que apoiou o ato, além do Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindibel, Ajup e o Sindieletro/MG.
“A gente quer moradia”, resume a dona de casa Soraia dos Santos, enquanto anda pelas ruas e becos da Pedreira de Baixo, na Pedreira Prado Lopes (PPL), na região Noroeste de Belo Horizonte. Junto a ela, outras 60 pessoas caminham nas ruas da comunidade com cartazes de dizeres como: “Queremos mais respeito. Estamos há seis anos vivendo na sujeira”, “Favela morta não! Conclua Vila Viva”, “Srs. governadores, não somos tatu pra viver no meio do barro”, “Prefeito, queremos a reforma da Umei”, “Nós moradores queremos a Inez de volta no Cras”, “PPL com descaso total”, “A comunidade está cheia de ratos”.
As faixas têm endereço certo: cobram da prefeitura, do governo do Estado e federal, dos responsáveis pela política pública que prometeu urbanizar e melhorar a vida nas favelas de Belo Horizonte e deixou os moradores a conviver com entulhos e com a expectativa de serem contemplados em uma das 408 unidades habitacionais previstas para serem construídas na PPL pelo programa Vila Viva.
Soraia explica que o programa começou há mais de seis anos na comunidade, mas “parou no meio do caminho”. “Vocês podem ver aí: entulho, lixo, a Umei que fechou”, aponta. A Unidade Municipal de Ensino Infantil Pedreira Prado Lopes está fechada para reformas há mais de um ano. Enquanto isso, moradores denunciam que as crianças mais novas são obrigadas a se espremerem junto às outras, mais velhas, sem estrutura adequada. “Já teve até menino que caiu do segundo andar”, denuncia Soraia.
Os entulhos que se veem em vários pontos da comunidade são as marcas das mais de 700 casas que foram derrubadas pelo programa Vila Viva, sem que o problema do déficit de moradia tenha sido resolvido. “Estamos cobrando porque eles falaram que iam dar oportunidade para o pessoal que morava aqui em condições precárias, que moravam de favor ou de aluguel, e até hoje não tiveram resposta”, explica Soraia.
Dona Maria Martins Franca e Noêmia das Graças de Oliveira, as duas donas de casa já idosas, eram vizinhas de “parede meia” em um terreno embaixo da caixa d'água. Elas não se lembram bem, mas estimam há mais de 20 anos foram transferidas para o conjunto habitacional Araribá. Elas, e os outros moradores, esperavam ser alojados em moradias melhores, conforme acordado, mas vivenciam o contrário.
Relatam que a vida nos prédios piorou muito, com o aumento da população, feito de forma desordenada, tirando a tranquilidade dos moradores mais antigos. “Um tempo atrás teve uma bagunça, depois apaziguou. Quando é agora, parece que começou tudo de novo e está uma coisa horrorosa. Eles falam que está perturbado em todo lugar, mas aqui parece que está mais pior”, conta Dona Maria, que é voluntária da capela local.
Dona Noêmia completa: “Lá a gente não tem sossego pra dormir. Tem vazamento na parede da cozinha. Meu menino tem problema de cabeça e não pode morar aqui”. Elas se somaram à manifestação na manhã dessa terça-feira (7) porque têm esperança de que saia outra casa para elas. Dona Ondina Ferreira dos Santos, que também mora no Araribá, é outra que espera moradia mais decente. “Nunca gostei de apartamento não, sempre dá problema, confusão, mas, infelizmente não temos o suficiente pra comprar uma casinha, então tem que ficar nessa aí”, conclui.
Vila Viva, vila morta
“A Pedreira é um dos lugares mais bonitos que tem na nossa cidade. É uma cidade dentro da cidade. E quem construiu Belo Horizonte fomos nós: o seu avô, seu bisavô, e hoje querem varrer a gente pra Ribeirão das Neves, com a própria pedra que foi tirada daqui pra construir Belo Horizonte”, diz ao microfone a professora Valéria Borges Ferreira, que nasceu na Pedreira, a mais antiga vila da capital.
Valéria afirma que os moradores querem ficar na comunidade, mas em condições dignas de moradia, educação, saúde e lazer. Denuncia que o centro cultural foi fechado há mais de seis anos. Enquanto isso, moradores de outras regiões da cidade se encaminham para a favela, construindo pontos de consumo e venda de crack. Os entulhos deixados pelo programa Vila Viva contribuem para isso, avalia Valéria, que acrescenta que outros moradores indesejados foram morar no local: ratos e escorpiões. “Estamos lutando contra o Vila Viva, que chegou para matar nossa vila. Todo lugar que a gente vai na comunidade tem buraco, tem usuário de droga, tem lixo”, protesta.
“Acho que a intenção deles é varrer os favelados pra bem longe da cidade. A Pedreira, a Serra, o Santa Lúcia são lugares onde a especulação imobiliária é muito grande. Então acho que a intenção do prefeito é exatamente essa: deixar a comunidade muito brava, já tem gente desistindo da morar aqui por causa dessas safadezas do governo”, avalia Valéria.
Veja matérias sobre o Vila Viva na Serra aqui.
Outra reivindicação da comunidade é pela recondução da assistente social Ignez Nassif, ex-coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Pedreira. Segundo moradores, Ignez, que era muito querida na região e chegou a ser reconhecida como liderança mais conhecida no bairro, em 2012, e foi exonerada sem explicação pela prefeitura. “Do nada, o secretário, por uma questão política, exonera a Ignez e os diretores do Cras. E a gente gosta dela, quer ela aqui, porque ela fazia um trabalho importante pra nós”, conta Valéria.
Protesto na Antônio Carlos
Após percorrer as ruas da comunidade, os manifestantes se dirigiram à avenida Antônio Carlos, que liga o Centro da cidade ao estádio Mineirão, onde fizeram outro protesto, parando as vias da avenida por cerca de meia hora. “Queremos ser atendidos pelo prefeito, por alguém lá dentro da prefeitura que dê respostas de verdade”, explica Valéria. No ano passado, depois de outro protesto na avenida, os moradores foram recebidos pela prefeitura, mas, segundo Valéria, as promessas não foram cumpridas. (Veja mais sobre o protesto do ano passado aqui).
“Fechamos o ato com muita animação. Vamos tentar uma reunião com o presidente da Urbel, vamos mandar um ofício e pedir uma reunião”, relata Vinícius Moreno, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), uma das organizações que apoiou o ato, além do Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindibel, Ajup e o Sindieletro/MG.
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