Por onde caminha a natureza?

Genésio Pereira dos Santos*
        Estamos na segunda década do século 21 e nos perguntamos: para onde caminha a natureza? Para onde caminha a humanidade? Qual seria a resposta do cidadão brasileiro?
        Neste século, registram-se guerras, atrozes perturbações de intercorrência da mãe natureza vão acontecendo no tempo e no espaço, violências de toda a ordem, e ela alerta através de fenômenos climáticos, que quer tudo aquilo que o homem, o pior agente geológico do planeta, lhe toma. E, por vezes, a devolução vem de forma cruel, como tempestades, enchentes, maremotos, terremotos e os tsunâmis da vida, que causam grande devastação ao seu maior predador, o homem.
        As tentações que se nos afligem são bem maiores nos últimos tempos, e nosso empenho na preservação deve ser o de ouvir a voz de Deus e colocá-la em prática, com adoção de ações mais pacíficas para com a natureza que a tudo regula e aos nossos semelhantes.
O que podemos responder às mais antigas indagações do homem? Para onde estamos indo? O que há atrás da esquina da vida e da natureza?
        Estamos sempre movidos pela necessidade vocacional de mudanças. É importante transformar o nosso comportamento num sentido positivo, e a palavra-chave é a esperança adornada pelo amor. Sem querer subvalorizar a gravidade dos problemas do mundo e as condições de algumas sociedades, parece-nos que, apesar de tantas coisas ruins que acontecem, temos tido progressos no “iso 900” estupendos que melhorarão as condições da humanidade, se não se afastar do Criador.
        Estamos longe, muito longe, de qualquer possibilidade de controlar a natureza, nas suas multifacetas que ela nos passa mundo afora. A esperança é a de que a mãe natureza nos dará uma trégua por muitos anos, livrando-nos dos terremotos, maremotos, tsunamis e hecatombes que destroem o que o homem construiu de bom para si nas diversas atividades que ele exerce. Forçoso é reconhecer-se que, como predador, o cristão busca evoluir, pois o mundo não será mais aquele em que vivemos.
        Esperamos que, no lado do ser humano, tenhamos o reino da verdade e da vida, de igualdade, de fraternidade e de humanidade; da justiça mais justa e mais rápida, do amor e da paz. Estes são alguns dos patrimônios que cada um de nós outros deve cultuar neste milênio. Este plus não se esgotará dentro de cada um de nós se estivermos  sendo jardineiros no canteiro da vida com Cristo.
        O desastre ocorrido lá no Japão, recentemente, nos alerta sobremaneira para não rivalizarmos com a natureza, pois sua soberania é incontestável sob todos os aspectos. Ela não dá nada ao homem, simplesmente empresta por algum tempo para que ele seja seu usufrutuário; nada mais que isto. Por outro turno, devemos considerar sobretudo os fatores que possam garantir um bom futuro para todos, sem agredir o meio ambiente.
         Ao contrário dos acontecimentos violentos muito visíveis, a deterioração do ambiente é muito sutil sob certo aspecto e vem de maneira, por vezes, imperceptível e faz a qualidade de vida do indivíduo diminuir. Com a poluição atmosférica, o homem viverá mal e menos, e isso começará dentro de pouco tempo. O homem precisa aproximar-se mais de Deus e do próximo. Deve destituir-se da vaidade, da inveja, da falta de solidariedade e de humanidade, da ganância, do poder do dinheiro, da corrupção, do poder político, para se salvar e ajudar a natureza a ser mais leve.
        Esse elenco de coisas ruins desagrada à mãe natureza, e, por incrível que pareça, afeta a sua ingerência por sobre os homens, pela desarmonia entre o ser humano, predador consciente, e o ser inconsciente da natureza, causando os fenômenos-alertas imponde-ráveis que o homem não conseguirá nunca dominar. A mãe natureza não irá para lugar algum. O homem é que tem que saber como lidar com ela, sobretudo respeitando-a no tempo e no espaço, para não passar por dissabores de tragédias incontroláveis.
        A melhor maneira de compreender a natureza é aceitá-la.
* Advogado e jornalista, é diretor de Administração e Finanças do Movimento de Preservação Ferroviária, membro da Academia Ferroviária de Letras, conselheiro da Aenfer, do Colégio São Martinho e do CR Flamengo
Tags: Artigo, genésio pereira dos santos

Postar um comentário

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fora Zema e suas Privatizações

A força do medo

A vergonha e orgulho de ser brasileiro