TELEVISÃO DO FUTURO.
São Paulo - Novas tecnologias OLED e SED prometem telas mais brilhantes e até dobráveis. Sony promete lançar 1º modelo no Japão neste ano.
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Mais finas, brilhantes, leves e econômicas. Assim são as TVs do futuro, que prometem um dia desbancar as hoje cobiçadas telas de plasma e LCD.
Embora estas tecnologias de tela plana ainda estejam começando a decolar em alguns países, como o Brasil, suas sucessoras já estão no forno e os primeiros exemplares de TVs OLED (organic light-emitting diode) e SED (surface-conduction electron-emitter display) - duas das novas tecnologias de telas que a indústria vem aprimorando - devem chegar ainda este ano às lojas japonesas.
> Veja protótipos da TV do futuro
As telas OLED se diferenciam principalmente pela espessura ultrafina e pelo brilho. O segredo por trás tecnologia é o uso de materiais orgânicos eletrofosforescentes, que emitem luz própria. Alguns seres na natureza são capazes de emitir luz - como os vaga-lumes e o plâncton -, e os cientistas recriaram em laboratório esta capacidade de forma não-biológica.
Leia na PC World:
> Análise do Apple TV
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As telas OLED se diferenciam principalmente pela espessura ultrafina e pelo brilho. O segredo por trás tecnologia é o uso de materiais orgânicos eletrofosforescentes, que emitem luz própria. Alguns seres na natureza são capazes de emitir luz - como os vaga-lumes e o plâncton -, e os cientistas recriaram em laboratório esta capacidade de forma não-biológica.
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Este processo dispensa as fontes de luz utilizadas em outras tecnologias, como o LCD (liquid crystal display), cujo material das telas simplesmente reflete a luminosidade gerada a partir de uma outra fonte dentro do equipamento. A conseqüência é que as telas podem ser ainda mais finas e oferecem um tempo de resposta mais rápido às mudanças de sinal, o que as torna mais eficientes na exibição de imagens em movimento.
Como são emissoras de luz e não apenas refletoras - como no caso do LCD -, as telas OLED também são mais brilhantes e oferecem maior fidelidade de cores. “Olhar para uma tela OLED na sala, à luz dia, é como olhar através de uma janela”, compara Marcelo Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que vem realizando testes com protótipos da tecnologia.
Entre as vantagens das telas OLED, destacam-se ainda a flexibilidade e a resistência do material. Como são feitas de polímeros - em outras palavras, plástico -, elas podem ser dobradas.
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Além disso, as matrizes para produção das telas são mais fáceis de manipular e podem ser maiores, o que é mais complicado no caso de materiais como o cristal líquido, usado nos LCDs, ou mesmo as células de plasma que têm que ser arranjadas em um substrato de vidro.
Mas o OLED ainda tem algumas limitações do ponto de vista tecnológico, como a durabilidade dos componentes orgânicos da tela, que têm tempo médio de duração de 5 mil horas, inferior ao plasma e ao LCD, que duram em média 60 mil horas. Esse problema será resolvido com a evolução da tecnologia.
Como são emissoras de luz e não apenas refletoras - como no caso do LCD -, as telas OLED também são mais brilhantes e oferecem maior fidelidade de cores. “Olhar para uma tela OLED na sala, à luz dia, é como olhar através de uma janela”, compara Marcelo Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que vem realizando testes com protótipos da tecnologia.
Entre as vantagens das telas OLED, destacam-se ainda a flexibilidade e a resistência do material. Como são feitas de polímeros - em outras palavras, plástico -, elas podem ser dobradas.
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Além disso, as matrizes para produção das telas são mais fáceis de manipular e podem ser maiores, o que é mais complicado no caso de materiais como o cristal líquido, usado nos LCDs, ou mesmo as células de plasma que têm que ser arranjadas em um substrato de vidro.
Mas o OLED ainda tem algumas limitações do ponto de vista tecnológico, como a durabilidade dos componentes orgânicos da tela, que têm tempo médio de duração de 5 mil horas, inferior ao plasma e ao LCD, que duram em média 60 mil horas. Esse problema será resolvido com a evolução da tecnologia.
Outra desvantagem do OLED é a fragilidade em relação a materiais líquidos - acidentes com copos perto de uma tela têm grandes chances de ser fatais.
Atribui-se à Kodak, na década de 80, os primeiros experimentos com a tecnologia OLED, mas as pesquisas com materiais eletrofosforescentes datam de algumas décadas antes. Comercialmente, o OLED já é utilizado em dispositivos de pequeno porte, como celulares, tocadores de música digital, rádios de carros e câmeras digitais.
Segundo dados da empresa de análise DisplaySearch, no primeiro trimestre de 2007 foram vendidos 19,1 milhões de unidades de telas OLED para estes dispositivos, um mercado que movimentou 121 milhões de dólares no período.
O uso da tecnologia em TVs e monitores, contudo, ainda está em fase de testes. Fabricantes como a Sony, a Samsung, a Toshiba-Matsushita e a Seiko Epson já exibiram protótipos de diversos tamanhos, mas os equipamentos ainda não chegaram às lojas.
++++
Tudo indica, no entanto, que a grande estréia das telas OLED pode acontecer em breve. A Sony promete lançar uma TV de 11 polegadas no mercado japonês ainda neste ano e a Toshiba Matsushita (joint venture entre a Toshiba e a Panasonic) planeja iniciar a produção comercial em 2009.
SED, o neto do CRT
Mas o OLED tem pelo menos um potencial rival na disputa pelo título de TV do futuro: o SED. Esta tecnologia pode ser vista como a evolução de uma outra que caminha para a extinção: os tubos de raio catódico, ou CRT.
Nas TVs e monitores de tubos de raio catódico, que grande parte dos brasileiros ainda tem em casa, a imagem é gerada a partir da agitação e desvio de elétrons dentro de um tubo de vidro. Quando os elétrons se chocam contra a tela fluorescente, a luz é emitida e a imagem aparece.
O SED funciona da mesma forma, só que no lugar de um único grande tubo, cada pixel da tela tem um pequeno tubo próprio. Isso permite que as telas SED sejam tão finas quanto os LCDs e plasmas, oferecendo melhor qualidade em ângulo de visão, contraste, definição de cor e tempo de resposta dos pixels.
Atribui-se à Kodak, na década de 80, os primeiros experimentos com a tecnologia OLED, mas as pesquisas com materiais eletrofosforescentes datam de algumas décadas antes. Comercialmente, o OLED já é utilizado em dispositivos de pequeno porte, como celulares, tocadores de música digital, rádios de carros e câmeras digitais.
Segundo dados da empresa de análise DisplaySearch, no primeiro trimestre de 2007 foram vendidos 19,1 milhões de unidades de telas OLED para estes dispositivos, um mercado que movimentou 121 milhões de dólares no período.
O uso da tecnologia em TVs e monitores, contudo, ainda está em fase de testes. Fabricantes como a Sony, a Samsung, a Toshiba-Matsushita e a Seiko Epson já exibiram protótipos de diversos tamanhos, mas os equipamentos ainda não chegaram às lojas.
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Tudo indica, no entanto, que a grande estréia das telas OLED pode acontecer em breve. A Sony promete lançar uma TV de 11 polegadas no mercado japonês ainda neste ano e a Toshiba Matsushita (joint venture entre a Toshiba e a Panasonic) planeja iniciar a produção comercial em 2009.
SED, o neto do CRT
Mas o OLED tem pelo menos um potencial rival na disputa pelo título de TV do futuro: o SED. Esta tecnologia pode ser vista como a evolução de uma outra que caminha para a extinção: os tubos de raio catódico, ou CRT.
Nas TVs e monitores de tubos de raio catódico, que grande parte dos brasileiros ainda tem em casa, a imagem é gerada a partir da agitação e desvio de elétrons dentro de um tubo de vidro. Quando os elétrons se chocam contra a tela fluorescente, a luz é emitida e a imagem aparece.
O SED funciona da mesma forma, só que no lugar de um único grande tubo, cada pixel da tela tem um pequeno tubo próprio. Isso permite que as telas SED sejam tão finas quanto os LCDs e plasmas, oferecendo melhor qualidade em ângulo de visão, contraste, definição de cor e tempo de resposta dos pixels.
Outra vantagem é a economia de energia - estima-se que uma tela SED tenha dois terços do gasto de uma LCD do mesmo tamanho.
O lado negativo, é que, a exemplos dos CRTs, as telas SED podem queimar. Outra má notícia é que a tecnologia também está sob litígio. Em dezembro de 2006 foi divulgado que a produção em massa do SED atrasaria por conta de uma ação aberta pela Applied Nanotech, subsidiária da Nano-Proprietary, contra a Canon, uma das pioneiras no desenvolvimento do SED.
A Nano-Proprietary alega que a Canon rompeu um acordo de exclusividade entre as duas empresas, ao divulgar informações sobre as pesquisas à Toshiba, com quem fez uma joint venture.
++++
Em janeiro deste ano, a Toshiba anunciou que a Canon compraria sua participação de 50% na joint venture entre as duas empresas para encerrar a disputa, mas o processo ainda está em andamento na Justiça norte-americana.
Isso fez com que a Canon anunciasse em maio deste ano que mais uma vez os planos para o lançamento comercial da tecnologia - que estava previsto para o final de 2007 - atrasariam. Atualmente não há data definida para as TVs SED chegarem às lojas.
Brasil: um futuro distante
Falar em uma data para a chegada dos aparelhos OLED e SED ao Brasil é ainda mais complicado, tendo em vista que as TVs de LCD e plasma mal começaram a conquistar uma posição relevante no mercado brasileiro.
Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), foram vendidas 350 mil unidades de TVs plasma e LCD durante 2006, uma alta de mais de 500% sobre o ano anterior, porém ainda uma modesta fração dos 10,5 milhões de TVs vendidas no ano.
“A qualidade é inquestionavelmente superior. Mas a grande barreira é que os investimentos na produção de LCD e plasma ainda não se pagaram e a indústria vai segurar a entrada destes equipamentos enquanto puder”, opina Zuffo, do LSI.
Indício de que, para nós brasileiros, tecnologias como OLED e SED podem ser assunto para um futuro um pouco mais distante do que gostaríamos.
O lado negativo, é que, a exemplos dos CRTs, as telas SED podem queimar. Outra má notícia é que a tecnologia também está sob litígio. Em dezembro de 2006 foi divulgado que a produção em massa do SED atrasaria por conta de uma ação aberta pela Applied Nanotech, subsidiária da Nano-Proprietary, contra a Canon, uma das pioneiras no desenvolvimento do SED.
A Nano-Proprietary alega que a Canon rompeu um acordo de exclusividade entre as duas empresas, ao divulgar informações sobre as pesquisas à Toshiba, com quem fez uma joint venture.
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Em janeiro deste ano, a Toshiba anunciou que a Canon compraria sua participação de 50% na joint venture entre as duas empresas para encerrar a disputa, mas o processo ainda está em andamento na Justiça norte-americana.
Isso fez com que a Canon anunciasse em maio deste ano que mais uma vez os planos para o lançamento comercial da tecnologia - que estava previsto para o final de 2007 - atrasariam. Atualmente não há data definida para as TVs SED chegarem às lojas.
Brasil: um futuro distante
Falar em uma data para a chegada dos aparelhos OLED e SED ao Brasil é ainda mais complicado, tendo em vista que as TVs de LCD e plasma mal começaram a conquistar uma posição relevante no mercado brasileiro.
Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), foram vendidas 350 mil unidades de TVs plasma e LCD durante 2006, uma alta de mais de 500% sobre o ano anterior, porém ainda uma modesta fração dos 10,5 milhões de TVs vendidas no ano.
“A qualidade é inquestionavelmente superior. Mas a grande barreira é que os investimentos na produção de LCD e plasma ainda não se pagaram e a indústria vai segurar a entrada destes equipamentos enquanto puder”, opina Zuffo, do LSI.
Indício de que, para nós brasileiros, tecnologias como OLED e SED podem ser assunto para um futuro um pouco mais distante do que gostaríamos.
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