Armadilhas Nas ruas de BH



Estudo revela armadilhas e a péssima qualidade das calçadas em BH

Especialistas avaliaram irregularidades no piso, largura, acessibilidade, iluminação, sinalização e paisagismo em 12 capitais


FLÁVIO TAVARES
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Mangabeiras: principais problemas em BH foram encontrados na zona Sul de BH


Acesso precário, falta de acessibilidade, declive acentuado, buracos e iluminação deficiente. As irregularidades constantes observadas por quem anda a pé pelas calçadas de Belo Horizonte ganharam agora respaldo científico. Pesquisa inédita elaborada por uma entidade que avalia a mobilidade urbana no país comprova os riscos dos pelos obstáculos existentes nos passeios.

Durante dois meses, equipes formadas por engenheiros, urbanistas e arquitetos avaliaram as condições das calçadas em 12 capitais brasileiras. Os técnicos verificaram possíveis irregularidades no piso, larguras, rampas de acessibilidade, iluminação, sinalização e paisagismo. O levantamento atribuiu notas de zero a dez para cada calçada. Nenhuma cidade obteve pontuação 8, considerada a mínima para indicar uma boa travessia. Apesar de ter conseguido a segunda melhor média (7,05) entre as capitais, as condições dos passeios de BH são ruins. A análise é do coordenador da pesquisa, Marcos de Sousa.

Segundo ele, as calçadas de boa qualidade são um equipamento fundamental para a mobilidade urbana sustentável de um município. Ele lembra que os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no Brasil cerca de 30% das viagens são realizadas a pé. “Além da importância para o transporte, as calçadas funcionam também como um sensor da qualidade de urbanização de uma cidade”, diz.

Em BH, as análises foram feitas em calçadas das regiões da Savassi, Centro, Pampulha, Mangabeiras e Linha Verde, entre o Boulevard Arrudas e o bairro Cidade Nova. As áreas avaliadas são todas de urbanização antiga, superior a 50 anos, e já passaram por processos de renovação de infraestrutura. Os principais problemas foram verificadas na zona Sul.

Na Savassi, há necessidade de melhoria para a acessibilidade nos entornos das avenidas do Contorno, Getúlio Vargas e Cristovão Colombo, e Praça da Liberdade. As irregularidades não são alarmantes, mas a qualidade está longe do padrão e muitos obstáculos atrapalham o fluxo de pedestres, além de uma iluminação precária. Os problemas são comuns ao Mangabeiras.

No Centro, lixeiras, postes e ambulantes atrapalham o fluxo de pedestres. a Iluminação é regular e a acessibilidade, ótima. Na Pampulha, o acesso é ruim para deficientes físicos e as irregularidades são constantes. A iluminação melhorou mais ainda é inadequada. Na Linha Verde, entre o Boulevard Arrudas e o bairro Cidade Nova, as calçadas são largas e acessíveis. Há menos obstáculos que a média registrada.

A presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil em Minas (IAB/MG), Rose Guedes, confirma a péssima qualidade das calçadas de Belo Horizonte. Para ela, as irregularidades observadas são fruto de um problema histórico. Rose Guedes defende a necessidade de que haja mais fiscalização dos órgãos competentes e um trabalho conjunto com a sociedade para orientar as medidas capazes de melhor a travessia nesses acessos.

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte se limitou a informar que um diagnóstico das calçadas será contemplado nos Planos Diretores Regionais, previstos para serem concluídos até o fim deste ano. A partir dos resultados dos planos, serão definidas as ações necessárias para a situação nos territórios das nove regiões da capital.
Fonte:http://www.hojeemdia.com.br/

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