Sucateado, IML de Belo Horizonte tem mofo, moscas e riscos
Renato Fonseca
Água usada para lavar maca ocupada por cadáver cai no ralo e segue para ribeirão
No laboratório, tecidos humanos são guardados em potes de achocolatado e em outros recipientes inapropriados. Nos corredores, paredes e teto têm infiltrações. Alguns equipamentos de necropsia estão enferrujados e encostados pelos cantos. Há mofo, moscas e mau cheiro.
As condições insalubres e o sucateamento do Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte oferecem riscos a visitantes e funcionários, e denunciam a precariedade do único local apto a periciar cadáveres, fazer exames de corpo de delito e testes para confirmar embriaguez na capital e nos demais municípios da região metropolitana, com exceção de Betim.
Nesta segunda-feira, o Hoje em Dia acompanhou uma visita de inspeção feita pelo Sindicato da Polícia Civil (Sindpol) ao IML. Um relatório com as más condições de trabalho e os riscos à saúde será entregue ao Ministério Público Estadual e à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
O atual prédio do IML de BH foi erguido em 1978. Assim como outras edificações públicas e privadas construídas naquela época, peca pela falta de modernização e de medidas de proteção ambiental.
Em uma das salas, é possível ver que o sistema de ventilação está deteriorado. Filtros do exaustor de ar estão cobertos por grossas camadas de poeira. No mesmo local, tijolos quebrados indicam uma obra inacabada, dentro do laboratório.
Em outra sala, janelas estão corroídas e caindo aos pedaços. Em praticamente todas há pia e, não raro, falta até sabão líquido para lavar as mãos.
Para o vice-presidente do Sindpol, Antônio Marcos Pereira, as condições de trabalho percebidas no IML são subumanas. “É um desrespeito aos profissionais e aos parentes dos mortos”, diz.
As palavras dele são amparadas pelo presidente do sindicato, Denilson Martins. “Há uma falência múltipla dos órgãos públicos”, acrescenta.
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