Empresa de ex-presidente do Cruzeiro diz que operação é " desnecessária e sensacionalista"


Fonte  http://www.em.com.brPor nota, a Stillus Alimentação Ltda afirma que os documentos apreendidos nesta terça-feira sempre estiveram à disposição, mas nunca foram solicitados anteriormente

Publicação: 26/06/2012 20:28 Atualização: 26/06/2012 20:36
No começo da noite desta terça-feira, a Stillus Alimentação Ltda, apontada pelo Ministério Público Estadual (MPE) como principal operadora do esquema que fraudava licitações em Minas e no Tocantins, informou, através de nota, que os documentos apreendidos durante a operação Laranja com Pequi, “sempre estiveram à disposição do fisco e das autoridades do estado, mas que antes nunca foram solicitados”. Para a empresa, a ação, comandada pelo Ministério Público e com o apoio das policias Federal e Militar, foi “desnecessária e sensacionalista”. A Stillus é de propriedade de Alvimar Castro Perrella, ex-presidente do Cruzeiro e irmão do senador por Minas, Zezé Perrella (PDT). 

Ainda na nota, a empresa afirma que seus diretores teria comparecido dias antes ao Ministério Público para prestar esclarecimentos sobre as apurações. A Stillus afirma que tem 10 anos de atuação em Minas e mais nove estados e possui 1700 funcionários e que sempre prima “lisura de suas atividades comerciais e no trato com a coisa pública, inclusive as licitações objetos da apuração foram ganhas através dos pregões eletrônicos praticados pela Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas Gerais”. 

A empresa afirma que o MP agiu “maldosamente” e não observou os “direitos e garantia constitucionais”. “Entendemos, finalmente, que, dado às circunstâncias do ocorrido, com todo o respeito, o Ministério Público ultrapassou a realidade dos fatos, ao praticar, maldosamente, seu poder constitucional quando do requerimento à Juíza de Direito da Vara de Inquéritos ao não observar direitos e garantias constitucionais do Estado Democrático de Direito”, afirma a nota. E completou se colocando à disposição das autoridades e ressaltando confirmar na Juastiça.

O esquema

Segundo o MPE, Recursos públicos eram desviados através de contratos de fornecimento de refeições para presos em diversas cidades dos dois estados e de merenda escolar em Montes Claros, no norte de Minas. As fraudes somam cerca de R$ 166 milhões, dos quais R$ 55 milhões teriam sido desviados. 

A operação foi deflagrada no início da manhã para o cumprimento de dez mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão em empresas e residências, inclusive a de Alvimar, em um prédio de alto luxo em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Entre os presos estão a secretária de Educação de Montes Claros, Mariléia de Souza, o ex-secretário de Serviços Urbanos do município, João Ferro, o vereador Athos Mameluque (PMDB), o assessor especial da prefeitura Noélio Oliveira, além de empresários, funcionários da Stillus e os diretores de um presídio de Três Corações, no sul de Minas, e outro em Tocantins. Dois alvos de mandados de prisão - um na capital e outro em Montes Claros - não haviam sido encontrados até a tarde desta terça.

As investigações começaram em 2010, quando foi instaurada pela Polícia federal, em Montes Claros, inquérito policial destinado a apurar direcionamento da licitação e o consequente desvio de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) destinados à aquisição de merenda escolar. O inquérito foi remetido para o Ministério Público Estadual, que também investigava o mesmo assunto, além do fornecimento de alimentação a sistemas prisionais e escolas públicas em municípios mineiros. Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos

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