Deputado Petista reclama da impunidade dos assassinos do Eldorado dos Carajás

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Sex, 15 de Abril de 2011 12:40
Os deputados Dr. Rosinha (PT-PR) e Valmir Assunção (PT-BA) relembraram nesta quinta-feira (14), em Plenário, um dos piores massacres ocorridos no País contra os trabalhadores rurais sem terra. Passados 15 anos do triste episódio que resultou na execução de 19 trabalhadores em Eldorado dos Carajás, os parlamentares reclamam que muitos dos responsáveis pela chacina ainda continuam impunes.
Nesse domingo (17), o massacre completa 15 anos.

"Antes de virar a página da história é preciso lê-la, é preciso conhecê-la. É triste que estejamos comemorando 15 anos de uma história ainda por ser desvelada, quando policiais militares mataram 19 pessoas que lutavam pela terra. Mais triste ainda é constatarmos que o crime continua impune. Temos de elaborar leis que façam justiça, mas os tribunais têm de cumprir aquelas que existem e fazem justiça. Como isso não ocorre, a impunidade continua", denunciou Rosinha.

Para o deputado Valmir Assunção, além de lutar para que os culpados pelo massacre sejam punidos, é preciso trabalhar por uma reforma agrária que ponha fim ao sofrimento e à luta de milhares de trabalhadores brasileiros pelo direito a terra. "Esse é um aniversário que nos traz muitas lembranças tristes. Além dos 19 trabalhadores que foram assassinados brutalmente pela polícia paraense, outros 69 estão mutilados, alguns até hoje sem indenização. Por outro lado, o dia 17 de abril também é dia de luta. Luta pela reforma agrária, pelo fim do latifúndio, luta pela justiça", disse.

Segundo o parlamentar, somente no mês de abril, foram feitas 40 ocupações de terra, algumas delas com 3 mil pessoas. "Desde Eldorado dos Carajás, nos últimos 15 anos, persistem os conflitos no campo, muitos deles resultando em mortes de trabalhadores rurais. Muitos trabalhadores foram presos, outros covardemente agredidos, humilhados, mas a quase totalidade deles jamais perdeu a esperança. Essa realidade ainda é visível em todo o processo de luta pela reforma agrária, onde aquele que luta pelo direito à terra e à produção, acaba sendo esquecido se não bradar, se manifestar, se não ocupar", denunciou.

Massacre - No dia 17 de abril de 1996, um grupo de trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra (MST), que representavam 2.800 famílias que ocupavam a Fazenda Macaxeira, no sul do Pará, caminhavam rumo à capital paraense quando resolveram bloquear a rodovia PA-150. O grupo, que queria chamar a atenção das autoridades e pedir ônibus e caminhões para que pudesse acelerar a chegada até Belém, foram massacrados pela Polícia Militar, sem nenhuma chance de defesa ou negociação. O episódio ficou marcado como a maior matança de trabalhadores na luta pela terra no Brasil.

Edmilson Freitas (  Fonte site oficial da liderança do PT na câmara)

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