usuário de crak deixa as ruas.



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FOTO: DANIEL IGLESIAS
Dor. O filho de Jaqueline fugiu do Instituto Raul Soares no último sábado e a agrediu em casa: "Via o portão aberto e nenhum segurança"
A disposição do Estado em acolher dependentes de crack e mantê-los em centros de tratamento tem se mostrado um esforço em vão. Pacientes em crises agudas encaminhados aos hospitais gerais da capital não têm garantia de permanência, pois a internação precisa ser espontânea. Em apenas uma semana, dois fugiram do Instituto Raul Soares, no bairro Santa Efigênia, Leste da capital.

No início do mês, a Secretaria de Estado de Defesa Social comemorou o lançamento da campanha "Aliança pela Vida". Em apenas uma manhã, 36 dependentes químicos foram acolhidos em um ponto conhecido como Cracolândia, no bairro Lagoinha, região Noroeste da capital. Quatorze deles aceitaram ser levados a centros de reabilitação na região metropolitana.

De acordo com o subsecretário de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, os usuários de crack que possuem doenças psiquiátricas associadas ao vício são encaminhados para o Raul Soares e o Hospital Galba Velloso. No entanto, a manutenção do indivíduo nessas instituições depende da vontade do dependente químico. "A fuga pode acontecer, mas não é regra. Não pode haver contenção para não ferir o direito da pessoa", afirmou o secretário. O Estado não tem informações de quantas pessoas abandonam o tratamento.

Aos 24 anos, a filha da dona de casa Sônia Cristina fugiu da internação na última quarta-feira. Segundo a mãe, a jovem recebeu ajuda para deixar o Raul Soares. "Ela me contou que um funcionário lhe deu roupas. Depois, um dos porteiros disse que ia tomar um café e que ela poderia aproveitar para fugir. Ela saiu pela porta da frente", contou a mãe. Sônia reclama ainda que as janelas do hospital não têm proteção e que a filha já deixou o instituto outras nove vezes.

Agora, a dona de casa procura internação para a filha em São Paulo. "Eu não estou segura com o tratamento em Belo Horizonte. Só deixo ela lá porque não tenho alternativa".

O filho da doméstica Jaqueline Souza tem 20 anos. No último sábado, ele abandonou o mesmo hospital, onde estava internado há 15 dias. Depois da fuga, o jovem foi para casa, no bairro Horto, região Leste da capital, e bateu na mãe. De acordo com Jaqueline, falta segurança no instituto. "Todos os dias em que eu fui visitar meu filho, via o portão aberto e nenhuma segurança. É muito fácil para eles fugirem", afirmou.

O secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge, afirma que o Raul Soares e o Galba Velloso estão aptos para receber os dependentes de crack. "Há segurança nesses hospitais, mas não podemos transformá-los em uma prisão". Para Benevides, pode acontecer conivência nos hospitais. "Mas isso não é regra. Às vezes, o funcionário tem receio de segurar o indivíduo". 
Respostas do Estado
Coordenador de
Saúde Mental do
Estado, Paulo Repsold
Vinte novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs)
serão criados no ano
que vem para auxiliar
no tratamento de
dependentes químicos.
Neste mês, foi aberto
edital para firmar parcerias com unidades terapêuticas
e privadas para
melhorar o atendimento
aos usuários de drogas.

"Eles (usuários de drogas), quando internados à força (em caso de crises agudas),
estão sempre planejando
fugas", disse Repsold.

Secretaria de Estado
da Saúde
O Galba Velloso ganhou, neste mês, duas novas enfermarias para internação de dependentes químicos.

Assessoria de imprensa da FhemigResponsável pelos hospitais Galba Velloso e Raul Soares, a assessoria não localizou ontem ninguém para falar sobre o assunto.
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dia 16/08/2011

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