Dois projetos, dois tempos reveladores



Deputados gastaram 13 dias para apresentar e votar proposta que liberava candidatos com problemas na Justiça eleitoral e quase oito anos para aprovar a PEC do Trabalho Escravo. E, ainda, houve protesto
“Nada mais degradante do que os minúsculos banheiros e os quartos dos funcionários dos nossos apartamentos funcionais em Brasília que não têm janela. Isso tudo nós temos de combater.”
Bernardo Santana Vasconcelos (PR-MG), deputado ruralista ao criticar a PEC, em discurso no dia 08/05.
“Somos contra o trabalho escravo, embora não sabemos (sic) onde está esse trabalho escravo que o Ministério do Trabalho tanto diz que existe. Por exemplo, para cada dez pessoas no campo, tem de haver um banheiro. Aqui, nesta Casa, estamos praticando trabalho escravo, pois são dois banheiros para 513 deputados.”
Valdir Colatto (PMDB-SC), deputado ruralista, posicionando-se contra a PEC do Trabalho Escravo em 22/05.
“Uma minoria pratica o trabalho escravo. E não é possível que essa minoria tenha maioria nesta Casa, porque, senão, esta Casa vai se mostrar mais escravocrata do que o Legislativo do Brasil de dois ou três séculos atrás, que aprovou a abolição de escravatura”
Amauri Teixeira (PT-BA), deputado, ao defender a aprovação da PEC em 22/05.
“A simples rejeição de contas de campanha eleitoral não pode, por si só, e sem outras considerações, conduzir à restrição dos direitos políticos, à falta de outros elementos configuradores de conduta reprovável do ponto de vista moral”.
Roberto Balestra (PP-GO), deputado, ao justificar a proposta, de sua autoria.
“Estamos em tempos de exigência de vida pregressa ilibada, de boa condição de espírito público para o plantel de candidatos. Estamos aqui operando na facilitação geral, e não na solução do real problema.”
Chico Alencar (Psol-RJ), líder do único partido a recomendar voto contrário ao projeto de Balestra

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