E agora, Aécio? MP denuncia 'dimasduto' da Lista de Furnas
O amigão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Dimas Toledo, foi denunciado pela procuradora da República no Rio, Andrea Bayão Ferreira, junto com empresários e políticos, pelo esquema de corrupção chamado Lista de Furnas.
Segundo as apurações do Ministério Público:
- O dinheiro público da estatal era desviado através de contratos superfaturados com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda, inclusive sem licitação.
- parte do dinheiro roubado dos cofres públicos alimentaram o caixa-2 de campanha dos tucanos e seus aliados;
- outra parte foi para o bolso de funcionários públicos, empresários e lobistas que operavam o esquema;
Esta ação judicial ainda não denunciou os caciques do PSDB que receptaram o dinheiro supostamente roubado, por enquanto, pois eles tem foro privilegiado, e a denúncia tem que ser feita à parte ou no STF ou no STJ. Por isso, há outra investigação da PF e do MPF à parte só sobre essa ponta do "dimasduto", onde aparecem os nomes de Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, FHC, e dezenas de nomes ilustres do demotucanato, apontados como beneficiários do esquema.
Outra conclusão a que chegou as investigações é que a lista é verdadeira, tanto pelos diálogos telefônicos interceptados pela PF com ordem judicial, como pela perícia no documento.
O jornal "Hoje em Dia" publicou matéria do jornalista Amaury Ribeiro Jr, com mais detalhes. Eis a íntegra:
Ministério Público denuncia 'mensalão' de Furnas
Amaury Ribeiro Jr. - Do Hoje em Dia
A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.
De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.
A lista
A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.
Réus confessos
Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.
Escuta quente
As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.
Jefferson confirmou
Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.
Peritos
Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.
Chantagem
De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.
Trânsito
Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.
Indiciamento
Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.
Vara da Fazenda
O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.
Segundo as apurações do Ministério Público:
- O dinheiro público da estatal era desviado através de contratos superfaturados com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda, inclusive sem licitação.
- parte do dinheiro roubado dos cofres públicos alimentaram o caixa-2 de campanha dos tucanos e seus aliados;
- outra parte foi para o bolso de funcionários públicos, empresários e lobistas que operavam o esquema;
Esta ação judicial ainda não denunciou os caciques do PSDB que receptaram o dinheiro supostamente roubado, por enquanto, pois eles tem foro privilegiado, e a denúncia tem que ser feita à parte ou no STF ou no STJ. Por isso, há outra investigação da PF e do MPF à parte só sobre essa ponta do "dimasduto", onde aparecem os nomes de Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, FHC, e dezenas de nomes ilustres do demotucanato, apontados como beneficiários do esquema.
Outra conclusão a que chegou as investigações é que a lista é verdadeira, tanto pelos diálogos telefônicos interceptados pela PF com ordem judicial, como pela perícia no documento.
O jornal "Hoje em Dia" publicou matéria do jornalista Amaury Ribeiro Jr, com mais detalhes. Eis a íntegra:
Ministério Público denuncia 'mensalão' de Furnas
Amaury Ribeiro Jr. - Do Hoje em Dia
A procuradora da República no Rio Andrea Bayão Ferreira denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas, Dimas Toledo, e um grupo de empresários e políticos acusados de participarem da chamada Listas de Furnas – a caixinha de campanha clandestina que funcionou na empresa estatal durante o governo de FHC. A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita Federal que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.
De acordo com a procuradora, o mensalão de Furnas provocou o enriquecimento de funcionários públicos, empresários e lobistas, acusados de alimentarem os financiamentos ilegais de campanha políticas dos tucanos e de seus aliados com o dinheiro público. Segundo a denúncia, o esquema era custeado pelos contratos superfaturados assinados pela estatal com duas empresas : a Toshiba do Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação pública para realizar obras no Rio . “ O diretor Dimas Toledo reproduziu, em Furnas, o esquema nacional que ficou conhecido como ‘ mensalão’ – um esquema de arrecadação de propina – na ordem de milhões, custeado mediante o superfaturamento de obras e serviços”, diz a procuradora na denúncia.
A lista
A lista de Furnas, assinada pelo próprio Dimas Toledo, traz o nome de políticos que receberam doações clandestinas de campanha da empresa estatal em 2002. Entre os beneficiados estão os ex-governadores de São Paulo e de Minas Gerais, e outros 150 políticos.
Réus confessos
Os próprios executivos da Toshiba do Brasil – uma das empresas que financiavam o esquema – confirmaram a existência de um caixa dois que sustentava mesada de servidores e políticos. O superintendente Administrativo da empresa japonesa, José Csapo Talavera, afirmou, por exemplo, que os contratos de consultoria fictícios das empresas de fachada, até 2004 , eram esquentados por um esquema de “notas frias”.
Escuta quente
As escutas da Polícia Federal desmentem que o lobista Nilton Monteiro teria tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas, inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a procuradora.
Jefferson confirmou
Um dos políticos citados na lista, o ex-presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson(PTB) também confirmou à PF a veracidade do documento. De acordo com o depoimento anexado à denuncia do MP, Jefferson disse ter recebido, na campanha para deputado federal em 2002, R$ 75 mil da estatal. A grana foi entregue pelo próprio Dimas Toledo a Jefferson num escritório no centro do Rio.
Peritos
Mas a prova cabal de que a lista de Furnas é mesmo verdadeira acabou sendo fornecida por peritos da Polícia Federal. Em depoimento à PF, além de confirmarem a autenticidade da assinatura de Dimas Toledo, os peritos descartaram a possibilidade de montagem.
Chantagem
De acordo com a denúncia, a lista com o nome de políticos que receberam doações clandestinas da estatal teria sido elaborada pelo próprio Dimas Toledo, que pretendia usá-la para manter-se no cargo. O próprio diretor da estatal teria entregue o material ao lobista, que tentou l negociá-la com os adversários políticos do PSDB.
Trânsito
Dimas Toledo confirmou que o lobista tinha trânsito livre na estatal. Dimas disse ter, inclusive, marcado um encontro do lobista com o departamento jurídico da estatal.
Indiciamento
Além de Jefferson, o MPF denunciou Dimas Toledo, mas deixou de fora caciques do PSDB citados, sob o argumento de que eles são alvos específicos de uma investigação da PF e do MPF sobre os beneficiários da caixinha de campanha alimentada pela empresa estatal.
Vara da Fazenda
O destino de Dimas e de outros operadores de Furnas será julgado pela Vara da Fazenda do Rio. Apesar de Furnas ser uma empresa estatal, a Justiça Federal do Rio encaminhou a denuncia do MPF à Justiça Estadual Fluminense.
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